Conto: A Lagoa dos Barros

Galera essa postagem eu recebi da nossa leitora Caroline, com essa materia eu terei o prazer de iniciar a nossa nova TAG, a tag de Contos!

Se você também tiver uma matéria, conto, foto, vídeo, qualquer coisa que ache que se enquadre em nosso blog e queira contribuir, envie para nosso e-mail:

qualseumedo@hotmail.com

Assim como a Caroline, sua matéria estará aqui no blog, com os devidos créditos e agradecimentos!

Curtam o conto que a Caroline nos enviou!

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Oie me chamo Caroline.
Gostaria muito de participar do blog!
Tenho 16 Anos

Bom , moro no Rio Grande do Sul, sou de Porto Alegre, mas no momento estou morando em Capão Da Canoa, Litoral.
Eu sou fascinada por sobrenatural e coisas do género(matérias,documentários e fatos verídicos).
Basicamente Gosto muito do blog e das matérias .
Antes de vir morar no litoral eu só passava férias aqui. Sempre no caminho para cá, meu pai contava uma história, sobre a lagoa dos barros nas margens da rodovia, é uma lagoa enorme mais tem algo diferente nela. Ele dizia que a uma maldição sobre a lagoa ninguém pode nadar nela, ninguém pode velejar sobre ela, a maldição era sobre uma tal noiva fantasma que aparecia para caminhoneiros e de um possível lobisomem que habitava aquela região.
Até parece coisa da série Supernatural, mas não é, por incrível que pareça existe uma certa lógica nesse mito, ou lenda, como quiser .
Bom essa matéria se inicia como um relato(meu) mas fiz pesquisas e procurei muitas coisas sobre o assunto!

Espero que gostem !


No caminho para as praias do norte do Rio Grande do Sul, mas precisamente entre Santo Antônio da Patrulha, existe uma grande lagoa que possui o nome dos primeiros patrulhenses, os Barros, cujo patriarca era Manoel de Barros Pereira. Muitas lendas se tecem em torno dela, Stenzel em seu livro “Vila da Serra” nos conta a seguinte lenda:

“Diz a tradição que esta lagoa é encantada: que alta noite, ao passar por ela, o viajante fica surpreendido ao notar que, sobre o dorso diáfano das ondas, ninfas deslizam, montando belos corséis brancos, enquanto que um rumor estranho quebra o silêncio daquelas paragens e um vento misterioso, doudejando de leva nas matas próximas, vem, de quando em vez e furiosamente, agitar as águas, que logo depois voltam a sua primitiva quietude.

Diz mais a tradição que em outras ocasiões, a horas tardias da noite, sob o luar deslumbrante, linda e alterosa embarcação, feéricamente iluminada, com suas velas amplas desdobradas, atravessa a lagoa em todos os sentidos, ao passo que uma moça, coberta com um tênue véu, ostentando vasta cabeleira dourada, perambula pela praia deserta, a procura de alguém a quem pedir esmola.”

Essa misteriosa Dama ou ondina do Lago nos faz recordar antigas Deusas Celtas que personificavam o elemento água. Aliás, a água é um elemento feminino por isso, não nos causa estranheza que o maior responsável pelo seu poder seja uma Deusa ou uma Dama feérica, como no caso de nossa lenda. É bom recordar que a Dama do Lago Celta tinha seu castelo encantado geralmente no centro de um lago encantado onde o inverno não chega e ninguém conhece a dor.

Segundo a crença do povo a Lagoa dos Barros possui um redemoinho no seu centro, que suga tudo e leva tudo: peixes, pessoas ,barcos, para baixo da terra até soltar no mar, bem longe da praia. Tal pensamento vem afirmar a hipótese de que ali há algo muito misterioso, mas que não podemos distinguir exatamente o que realmente acontece. Seria um local próximo do que se acredita ser a Ilha de Avalon? Um portal entre dois mundos? Talvez, mas também pode ser unicamente a projeção dos desejos inconscientes de regresso ao útero materno.

Entretanto, o que podemos confirmar que crenças iguais as da Lagoa dos Barros são muito antigas e já foram testemunhadas e escritas por autores desde a Antiguidade. Inclusive nossa lenda faz eco a lenda popular retomada por Chateuabriand em “Los Mártires” (episódio de Vallada), onde ele conta que na costa de um determinado lugar onde viviam alguns pescadores, quando já havia transcorrido metade da noite, ouviam alguém chamar às suas portas. Então corriam até a praia para verificar o que acontecia. Chegando lá só se podia ver barcos fantasmas que se elevavam além das ondas, carregando as almas dos mortos.

CIDADE SUBMERSA?

Há quem afirme que no centro da Lagoa dos Barros existe uma cidade submersa no centro da lagoa que durante a estiagem, pode-se visualizar o topo dos prédios e inclusive ouvir o sino de uma igreja. Mas, como se sabe, a lagoa foi formada pelo menos há cinco mil anos atrás e, portanto, seria impossível conceber tão construção, a não ser que seja encantada, confirmando nossas suspeitas do local ser a residência de fadas da água.

O CRIME

Para completar sua maldição foi em suas margens que ocorreu o famoso assassinato que movimentou Porto Alegre em 1940, quando o noivo da jovem Maria Luiza matou-a e jogou seu corpo na lagoa amarrado a uma pedra. A partir de 1958, uma jovem toda vestida de branco foi vista passeando à margem da estrada por dois caminhoneiros que faziam uma parada para descanso. Preocupados com a presença da moça sozinha aquela hora da noite, foram tentar encontrá-la para conversar e ela sumiu inexplicavelmente.

Muitos moradores locais também já passaram pela experiência de verem aparições espectrais da tal jovem vestida de branco e andando pelas margens do lago, entretanto ainda são poucos os que se atrevem a dar seu testemunho público. Na Espanha a Dama Branca é uma autêntica agoureira, pois sua aparição sempre anuncia uma morte, porém não necessariamente pra quem a vê. Ela sempre aparece em noite de lua cheia e quando há muito vento. Também acredita-se que quando uma mulher é morta em circunstâncias violentas, nas proximidades de um lago, como no caso de Maria Luiza, ela se tornará uma autêntica “Dama Branca”.

Mas, apesar da má fama e de abrigar muitos fantasmas a lagoa hoje já é muito procurada, muitos são os que praticam windsurf em suas águas e navegavam por lá para curtir a maravilhosa paisagem e, quem sabe, encontrar uma das belas ninfas que também passeiam por lá. Mas, se você se deparar com uma Dama Branca em seu caminho, não a olhe nos olhos, pois senão se tornará a próxima vítima de sua maldição. Conselho de amiga!



Fonte: Contos de Adormecer